Pensamento e Ação*
Quando olhamos para a história da humanidade
vemos muitos eventos maravilhosos e outros nem tanto, outros ainda que, se
possível, apagaríamos dela. Contudo, há uma característica do ser humano que
sempre parece estar presente, seja nos bons ou maus momentos da nossa história,
a nossa vontade de controlar, isso mesmo, controlar, mas o que significa isso?
Significa que tentamos controlar a porção de
tempo, criando uma unidade de medida para ele, criando o próprio “tempo”.
Criando medidas para mensurar espaços, pesos, quantidade. Coisas muito boas e
que sem as quais quem sabe não teríamos cegado até aqui. Tal controle não é
real, ele existe apenas na mentalidade do ser humano que o criou, são
conceitos. Talvez você se pergunte, então não controlamos nada? A resposta é
não, há duas coisas que somos capazes de ter controle, sobre aquilo que
pensamos, bem como sobre aquilo que fazemos.
O conteúdo do nosso pensamento é nossa
responsabilidade, ninguém pode pensar por nós ou em nosso lugar, por exemplo,
não se pode permitir que alguém defina que você gosta disso ou daquilo sem que
se reflita sobre isso, isso cabe a você. Um dos problemas da depressão, quem sabe
dos maiores, senão o maior mal que o ser humano luta contra hoje, está ai, no
pensamento, a pessoa deprimida não consegue sair de um padrão de pensamento que
chamamos de pessimista, ela não vê “cor”, não vê beleza, sozinha ela não
consegue escapar disso. Afirmo até que a depressão seria um descontrole do
nosso pensamento, e pode ser causada por uma infinidade de situações. Mesmo que
aconselhemos, não podemos pensar sobre o que os outros estão pensado.
Você já deve ter ouvido alguém te ofender
com palavras que ficaram na sua mente por muito tempo, sabe por que? Porque
você as pensou de novo, de novo, de novo, o ofensor não estava do seu lado
repetindo as ofensas, era você as trazendo a mente e remoendo. “Você não
presta”; “É um mal profissional”; “Ninguém gosta de você”. Isso é ruim não é?
Mas lembre-se, esse controle é seu.
Outro objeto de nosso controle são nossas
ações, aquilo que fazemos. Não podemos esperar que alguém faça algo por nós,
como escovar nossos dentes, ir ao banheiro, se casar, comer ou dormir em nosso
lugar, impossível. Há coisas que alguém pode fazer por nós, como abrir uma
porta ou puxar a cadeira, mas somos nós os responsáveis por toda e qualquer
ação que realizamos. Não dá pra dizer “fiz porque ele falou” e ser eximido da
responsabilidade, afinal, fazer o que lhe foi dito foi decisão sua.
Pensamento e Ação caminham juntos, quase
siameses, mesmo que alguns negligenciem um ou outro, eles estão lá, já parou
para pensar sobre o que tem pensado? Seus pensamentos têm influenciado em suas
ações? De forma positiva ou negativa? Está presumindo o pensamento dos outros? E
sobre as ações: o que você tem feito, tem agido como em seus pensamentos? Tem
agido como no pensamento dos outros?
Não é possível saber o que o outro está
pensando, mas suas ações podem causar pensamentos nos outros, e para isso é
preciso empatia, colocar-se no lugar do outro, o bom e velho recado da mãe:
“faça para os outros aquilo que você gostaria que fizessem para você”.
Todo verbo é uma ação, ações demandam de
decisão, decisão precisa de pensamento. É um circulo virtuoso quando aquilo que
pensamos é sobre coisas boas ou positivas, se forem pensamentos negativos ou
depreciativos, na verdade será como uma bola de neve que no final vai se
espatifar, causando destruição de onde se chocar e de si mesmo.
Pense nisso, aja nisso. Lembre-se, você só
pode controlar os seus pensamentos e as suas ações, tentar controlar o
incontrolável pode nos levar a frustração.
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