quarta-feira, 14 de junho de 2017

Pensar Juntos Filosofia – Série Política*


Somos gratos pela oportunidade de escrever e falar sobre aquilo que nos é caro, a Filosofia, e convidamos você – leitor – a fazer parte conosco desse desejo de "Pensar Juntos Filosofia". Hoje, vamos pensar um pouco mais sobre uma das áreas da reflexão filosófica, a Política.
Diante do cenário político atual do Brasil, todos os escândalos envolvendo autoridades e empresários, cabe-nos perguntar:
Será mesmo que os fins justificam os meios?
Mesmo que o filósofo italiano, Nicolau Maquiavel, jamais tenha proferido tão célebre frase, que se tornou usual em todos os meios e cantos, muitos se referem a ela como "citação" maquiavélica (repita-se, jamais dita por ele); contudo, é possível encontrar uma interpretação aproximada a essa ideia, o que possivelmente fez com que lhe atribuissem o dito.
A visão consequencialista da ética de Maquiavel (1469-1527) implica reconhecer que a natureza humana, não podendo ser refreada, leva a reprodução de atos, de modo que as histórias se repetem ao longo do tempo, fazendo com que a intenção de seguir os passos dos grandes governantes já faz daquele que governa um grande homem. Para Maquiavel, a ação política não deve conter um peso moral em si mesma, sendo que matar alguém pode ser bom ou ruim dependendo da causa pela qual se mata, separando, assim, a ética da política. É importante salientar que o filósofo não ensina esse comportamento, mas constata e expõe o que a política é, sem romantizá-la.
Consoante escólio do Prof. Ms Emerson Ferreira da Rocha, política pode ser compreendida como “ação simbólica dos seres humanos na defesa dos interesses públicos ou privados”, o que, segundo Maquiavel, tornaria perfeitamente compreensível qualquer desvio de comportamento, posto que ação humana, nada diferente disto pode-se esperar do político, humano que é, levado a fazer e pensar política no que ela é e não como deveria ser, como já dissemos, sem que com isto esteja afirmando não existirem pessoas sérias, comprometidas a fazer o bem na política.
Por outro lado, para se governar é preciso capacidade e sorte. Aquele que chega ao poder com certo esforço e alguma capacidade, com pouca sorte, terá melhores chances de permanecer; do contrário, quem com certa fortuna e pouca capacidade alcança o poder, necessitará de grande esforço para manter-se nele.
Temos como exemplo os escândalos do presidente dos EUA​ Jim Carter que, na década de 1990, não teve sorte em seu governo, sucedido de vários escândalos e crises política e diplomática. Atualmente, o governo do presidente Michel Temer, que sucedeu a ex-presidente Dilma, impeachmada da função de presidente da nação, do mesmo modo é recheado de problemas e crises institucionais, política econômica.
De qualquer modo, quem governa deve estar preparado para se indispor com alguns grupos ou com pessoas, além de ser traído por seus governados; um homem de personalidade fraca não poderia, em tese, nunca subir ao poder na visão de Maquiavel. Entre ser respeitado ou temido, é preferível os dois, mas como nem sempre isso é possível, melhor é ser temido, o que a exemplo do temor que se têm a Deus, não significa que seja Ele por nós odiado.
A partir dessa pequena reflexão, somos desejosos que você observe, pare e pense sobre como vemos e pensamos a política, além de como esperamos que ela seja. Você seria capaz de pensar uma solução para a pergunta feita no início?
Aproveitamos para convidá-lo a participar conosco de nosso Café Filosófico mensal. Para mais informações, basta acessar o seu Facebook e buscar nossa página "Pensar Juntos Filosofia" e acompanhar nossas publicações ou pelo Whatsapp (12) 9 8229-3143. Você é nosso convidado.

Rogério Penna
Juliano Modesto

Maio, 2017

*Texto publicado no Jornal Vale Vivo, de distribuição gratuita no Vale do Paraíba - SP

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